Sofá de areia

As ruas estreitas já não estavam com as mesmas saudades nem as curvas de desejos amenos. Entre nossa silenciosa nudez, o dia insistia em acontecer pelos olhares atentos das janelas baratas e das escadas já acostumadas com os passos e espaços das rodas. Sala quarto, tudo tão perto e ao mesmo tempo longe.
Tão bem lhe cai o vermelho, assim como aquele beijo jogado no sofá de sorriso cromado.

Engraçada essa nossa tentativa de fazer estória, confinando meio segredos e meias palavras de amor a varejo. Não importa as mãos que passeiam, nem os cheiros que rondam seu corpo e se sua boca tem outras miras.

A verdade é tão fácil; e equilibra no tempo de biscuit.
Ilustração: Harley Meireles
(fragmento do texto original)

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